segunda-feira, 6 de novembro de 2017

➤Medicamentos como Omeprazol

Estudo diz que uso contínuo aumenta risco de câncer


Pesquisadores da University College London (UCL) em conjunto com a Universidade de Hong Kong, concluíram que medicamentos normalmente usados para combater a gastrite, podem causar câncer se utilizados continuamente.

Dois grupos de pessoas utilizaram medicamentos diferentes para o mesmo problema durante sete anos e meio.

Um total de 3.271 voluntários tomaram IBPS durante três anos e 21.729 fizeram uso de histamina-2. Das 6 mil pessoas submetidas aos tratamentos, 153 desenvolveram câncer de estômago, todas entre as que usaram JBPS, demonstrando que o uso do medicamento pode aumentar em 2,4 vezes o risco de desenvolver a doença. O uso diário de IBPS elevou o risco para 4,55 vezes.

- O uso em curto prazo de  IBP é importante e seguros para tratar a infecção por Helicobacter pilori, mas o uso desnecessário e a longo prazo deve ser evitado, comentou Ian Wong, um dos autores da pesquisa.

Os cientistas alertaram que, por se tratar de um estudo observacional, as conclusões de causa e efeito devem ser vistas com cautela.

➤DESTAQUES


Começam hoje as inscrições para concurso no Hospital de Clínicas
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre abre nesta segunda-feira (6) concurso público para preencher cadastro reserva. As vagas são para os seguintes cargos:
- Arquiteto
- Biólogo I, biomédico I ou farmacêutico-bioquímico I (banco de multitecidos)
- Enfermeiro I (Onco-Hematologia Adulto e Pediátrica)
- Engenheiro I (engenharias civil e mecânica)
As inscrições podem ser feitas até o dia 4 de dezembro, no site da Faurgs. Quem não tiver acesso à internet pode se inscrever na sede da organizadora, na Avenida Bento Gonçalves, 9.500, Prédio 43.609, terceiro andar, Campus Vale da UFRGS, bairro Agronomia, na Capital, em dias úteis, das 9h às 17h. O valor da taxa de Inscrição é R$ 105.
Com exceção da vaga para enfermeiro, que tem salário de R$ 5.652,46, a remuneração para todos os outros cargos é de R$ 6.280,50.  A aplicação da prova escrita está prevista para acontecer no dia 7 de janeiro de 2018. 

“Funaro nunca teve acesso a Michel Temer”, diz Cunha
Em depoimento ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, o ex-deputado Eduardo Cunha afirmou que o corretor Lúcio Bolonha Funaro mentiu em sua delação ao dizer que esteve três vezes com o presidente Michel Temer.
“Esses três que ele cita, ele nunca teve. Na minha frente ele nunca cumprimentou o Michel Temer”, disse Cunha. No acordo, Funaro citou um encontro na base aérea de São Paulo, outro durante comício em Uberaba (MG), nas eleições municipais de 2012 e uma terceira numa reunião de apoio à candidatura de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, também em 2012. Na época, Temer era vice-presidente.
O depoimento de Cunha é mais uma etapa da fase de interrogatórios dos réus na ação penal derivada da operação Sépsis, que investiga o pagamento de propina por grandes empresas para liberação de aportes do Fundo de investimento do FGTS.

Imposto sindical deve ser recriado por projeto
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, desistiu de cobrar do presidente Michel Temer a edição de medida provisória para recriar o imposto sindical, extinto com a reforma trabalhista. Temer tinha prometido às centrais que enviaria ao Congresso uma MP para manter, por cinco anos, a principal fonte de renda dos sindicatos em troca de apoio na 2.ª denúncia. Mas, diante da demora, o deputado negocia com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a votação em regime de urgência de projeto para instituir o novo tributo.
O novo imposto sindical será incluído num projeto sem relação com o tema, mas que estiver pronto para ser votado no plenário da Câmara. Com isso, a pauta não será debatida pelas comissões temáticas.
Uma emenda ao projeto irá definir que os sindicatos terão que aprovar em assembleias se poderão ou não cobrar o imposto sindical. Quem receber o aval terá o direito de arrecadar da categoria beneficiada pelos acordos coletivos, filiados ou não.

Medidas provisórias dominam pauta da Câmara para esta semana
A pauta do plenário da Câmara dos Deputados desta semana tem sete medidas provisórias (MPs) na fila de votação. O número elevado de MPs levou a presidência da Câmara a convocar sessão deliberativa para esta segunda-feira (6) para adiantar as discussões. O prazo de cinco MPs expira no fim de novembro.
Entre as medidas que trancam a pauta, está a que trata da participação da União em fundo de apoio à estruturação e desenvolvimento de projetos de concessões e parcerias público-privadas. Outra medida que pode ser votada com urgência é a que altera o Código de Mineração e estabelece um regime especial para exploração e aproveitamento das substâncias minerais.
Na área de infraestrutura também constam a medida provisória que cria a Agência Nacional de Mineração e extingue o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a que institui o regime tributário especial para as atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural.
Ainda na sessão desta segunda-feira, está prevista a discussão da proposta de emenda à Constituição que altera prazos e a forma de apreciação das medidas provisórias pelo Congresso Nacional. A discussão em torno das MPS pode se estender para as sessões deliberativas de terça e quarta, que ainda não têm pauta definida.

Medida reduz juros para empréstimos a aposentados e pensionistas
Foi publicada na edição de hoje (6) do Diário Oficial da União uma resolução do Conselho Nacional de Previdência que recomenda ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a redução de 2,14% para 2,08% do teto máximo de juros cobrados ao mês nas operações de empréstimo consignado para aposentados e pensionistas do INSS . A mesma resolução reduz de 3,06% para 3% ao mês a taxa de juro cobrado nos casos de consignados para operações que visam o pagamento de dívidas com cartão de crédito.
A redução dessas taxas foi aprovada em setembro pelo conselho e dependia de sua publicação para entrar em vigor. Na época, a Previdência Social havia informado que as mudanças foram possíveis graças às quedas observadas na taxa básica de juros (Selic). De acordo com a Previdência, os novos tetos permitem condições mais vantajosas para o acesso ao crédito, possibilitando inclusive a migração de dívidas mais caras, como as de cartão de crédito, para uma modalidade mais barata.
A resolução reduz também o limite da margem consignável para o pagamento de amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito, de 2 para 1,4 vezes o valor do benefício mensal, o que, segundo a Previdência, permitirá a liquidação do empréstimo em até 72 meses. Com essa medida, o governo pretende impedir um endividamento muito alto, além de diminuir o risco de inadimplência.

➤OPINIÃO

A caravana da mentira*

A passagem da assim chamada “caravana” de Lula da Silva por Minas Gerais, encerrada na segunda-feira passada com um discurso do ex-presidente na Praça da Estação, em Belo Horizonte, foi marcada, como todas as outras, pelo cipoal de mentiras do léxico petista que só pode ser tomado como verdadeiro por quem despreza os fatos e só precisa de meia dúzia de frases de efeito, carentes de sentido, para formar suas convicções.

Lula da Silva ultrapassa, e muito, a linha que divide um mero jogo de palavras, recurso próprio dos discursos políticos, da mais desavergonhada mentira. Aliás, caso fosse tipificado como crime o ato de mentir para a população em cima de um palanque ou carro de som, o chefão petista teria mais algumas anotações a engrossar a sua já robusta ficha penal.

Comparando-se aos ex-presidentes Getúlio Vargas, João Goulart e Juscelino Kubitschek, personagens que teriam sido “moralmente destruídos todas as vezes que a direita nesse país resolveu usurpar o poder”, Lula da Silva mostrou-se magnânimo e disse que estava “perdoando os golpistas”, prometendo “trazer a democracia de volta para o Brasil”.

Com sérias dificuldades para combater seus “inimigos” na vida real - vale dizer, as leis e a Justiça -, só mesmo uma ditadura imaginária para servir como polo antagônico na narrativa de um réu já condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Réu em mais seis ações penais, ainda pendentes de julgamento, Lula da Silva precisa desesperadamente manter acesa a chama de sua militância a fim de preservar, pelo menos, a fatia histórica do eleitorado - entre 25% e 30% - que já o apoia a despeito de seus crimes.

Em um trecho particularmente cínico de um de seus discursos em Minas Gerais - que seria hilário se não remetesse a um enorme prejuízo para o País -, o ex-presidente, falando sobre a Petrobrás, disse que, “se tem corrupção em uma empresa, você prende o dono da empresa, não acaba com a empresa”. Só o uso da condicional “se” já diz muito sobre a índole de Lula. Sob os governos lulopetistas, a maior empresa estatal brasileira viu seu valor de mercado derreter ao ser submetida à sanha criminosa do grupo político comandado pelo ex-presidente.

A Petrobrás só voltou a trilhar o caminho das boas práticas empresariais quando a gestão da empresa foi entregue a Pedro Parente, um administrador reconhecidamente íntegro e competente, já no governo do presidente Michel Temer.

Seguindo em sua narrativa delirante, o ex-presidente Lula disse que “tiraram a Dilma do poder e levaram esse país a um estado de deterioração”, ignorando propositalmente a melhora dos indicadores de inflação, crescimento, juros e emprego que mostram, de maneira objetiva, que a dura recuperação da economia, após o desastre das administrações lulopetistas, já apresenta sólidos resultados.

Diante dos mineiros, Lula voltou a se comparar a Tiradentes. “Aqui em Minas”, disse, “mataram e esquartejaram um alferes que queria independência. A independência veio mesmo assim porque mataram a carne, não a ideia.” No início de outubro, durante um “ato em defesa da soberania nacional”, no Rio de Janeiro, ele já havia feito a mesma comparação com o herói nacional ao dizer que tanto um como outro só podem ser atacados em suas dimensões humanas, já que, antes de tudo, “representam uma ideia assumida por milhões de pessoas”.

“Vocês sabem que sem Minas Gerais eu não seria nada”, disse Lula no encerramento de seu discurso. Talvez tenha sido a única verdade que disse durante toda a sua passagem pelo Estado, a julgar pela votação que ele lá obteve para a sua candidata Dilma Rousseff.

Aliás, é acintoso que Lula da Silva possa sair em “caravanas” pelo País que, a pretexto de representarem uma defesa contra as “injustiças” de que julga ser vítima, nada mais são do que campanhas eleitorais fora de época.

*Publicado no Portal Estadão em 06/11/2017