segunda-feira, 13 de novembro de 2017

➤BOA NOITE!


Paulinho da Viola é um cantor, compositor, violonista e integrante da ala de compositores da Portela, que nasceu em Botafogo, no Rio de Janeiro, no dia 12 de novembro de 1942.

Ontem, Paulinho completou 75 anos de idade, não sei quantos dedicados ao que sabe fazer como poucos, ou seja, cantar, compor e tocar violão.

Costumo dizer que pode ser que exista alguém que seja tão fã do Paulinho da Viola quanto eu, mas ninguém deve ser mais fã dele do que eu.

Para comemorar os 75 anos, junto a interpretação singular de Paulinho da Viola, com a letra memorável  de um samba inesquecível do nosso querido Lupicínio Rodrigues, Nervos de Aço.


➤OPINIÃO

O injustiçado*

O empresário Wesley Batista, sócio da JBS, se sente injustiçado. A julgar pelo que disse em depoimento aos integrantes das Comissões Parlamentares de Inquérito da JBS e do BNDES, Wesley pretendia ser considerado um herói nacional por ter delatado políticos em geral, e sugeriu que sua atual situação – está preso e seu acordo de delação foi suspenso – se deve ao fato de que o Brasil, confrontado com a realidade da corrupção, preferiu punir quem a expôs, e não os corruptos.

Tal desfaçatez só se tornou possível graças ao discurso salvacionista de uma parte do Ministério Público e do Judiciário, gente que se organizou numa força-tarefa disposta a denunciar todos os políticos como ladrões e o atual Congresso como a representação do mal. Esperto, Wesley – assim como já havia feito seu irmão Joesley – entreviu ali a oportunidade de reivindicar um lugar nessa hoste moralista, transformando-se de criminoso confesso em campeão da justiça.

“Obrigado pela oportunidade. Senhores congressistas, gostaria, antes de mais nada, de aproveitar essa oportunidade para dizer que não me arrependo de ter decidido colaborar com a Justiça brasileira”, disse Wesley no início de seu depoimento, que se resumiu a esse pronunciamento, pois se recusou a responder às perguntas. Já ali ficava claro o tom do resto do discurso, em que o empresário se comportou como sofrido mártir da luta anticorrupção.

Primeiro, Wesley afirmou que “não é uma decisão fácil” tornar-se delator. “Não tínhamos noção do quanto isso afetaria nossa vida, de nossa família e de nossos filhos”, declarou o empresário, acrescentando que sentiu medo e solidão. É como se a delação fosse um ato de coragem, e não a consequência de um acordo em que o delator busca reduzir a pena por crimes que confessa e, no caso dos irmãos Batista, os crimes somam mais de duas centenas, mas, graças à incrível benevolência do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os empresários, de início, escaparam de qualquer punição em troca do que disseram.

Wesley está preso desde setembro sob acusação de usar informação privilegiada para ganhar dinheiro no mercado – e a informação privilegiada que detinha era justamente a delação que ele e o irmão haviam feito, cujo conteúdo, envolvendo o presidente Michel Temer, uma vez vazado para a imprensa, causou tumulto nas bolsas. Além disso, seu acordo de colaboração foi suspenso porque surgiram evidências de que os delatores haviam omitido informações em seus depoimentos. Diante desses dissabores – que incluem ainda a prisão de Joesley –, Wesley afirmou que, agora, descobriu que a delação “é um processo imprevisível e inseguro para quem decide colaborar”. A queixa mostra que o empresário realmente apostava na prometida impunidade. Mas ele acrescentou que, apesar dos percalços, continua “acreditando na Justiça brasileira”, isso é, ainda espera ganhar a liberdade que julga merecer por se considerar parte da cruzada contra a corrupção.

“Acredito que estamos vivendo agora um imenso retrocesso daquilo que esperávamos ser um profundo processo de transformação do nosso país”, discursou Wesley, confirmando sua expectativa de ser reconhecido não como um simples delator, mas como um dos protagonistas desse “processo de transformação”. Foi então que, para pasmo geral, ele denunciou a injustiça de que estaria sendo vítima: “As delações dos últimos anos fizeram o País se olhar no espelho, mas, como ele não gostou do que viu, o resultado tem sido este: colaboradores presos e delatados soltos”.

Para esse delator – criminoso confesso e empresário de muito sucesso principalmente graças às privilegiadas relações com os governos petistas, marcados pela corrupção –, o Brasil é um país de corruptos, e pretende continuar a sê-lo, pois se recusa a encarar a corrupção de frente.

De certa maneira, Wesley Batista reproduziu em suas palavras o pensamento dos procuradores e juízes que passam dia e noite a denunciar o caráter quase natural da corrupção no País, do qual estão a salvo apenas – obviamente – eles mesmos.

*Publicado no Portal Estadão em 13/11/2017

➤COMENTANDO

No rádio, nos jornais, na internet...

Feriado na quarta-feira reduzirá atividades no Congresso e Judiciário
Com feriado da Proclamação da República, Senado fará somente uma sessão, nesta terça, assim como o STF. Câmara sequer agendou para esta semana votações em plenário ou em comissões.
E ainda querem que a gente considere que o Brasil é um país sério, onde os políticos trabalham, onde o Congresso e o Judiciário fazem de tudo para que os brasileiros tenham uma
vida, pelo menos, razoável.
Todos nós teremos uma feriado na quarta-feira, dia 15, mas estamos trabalhando hoje, vamos trabalhar amanhã, na quinta e na sexta-feira. Já os deputados, senadores e o STF, terão uma semana inteira de folga. No Senado e no ST¨F a previsão é de que apenas uma sessão aconteça. Como certamente não haverá quórum, alguém deverá abrir os trabalhos e dar no pé. Na Câmara, nada está agendado em termos de votação. Uma vergonha.
Se fossem trabalhadores comuns, como todos nós somos teriam seus dias de falta descontados. Mas, como se dizia numa novela famosa, “sonha Tonha”, pois quem faz as leis são os mesmos que terão folga de uma semana. Bobos somos nós que ainda votamos neles.

Terremoto deixa mais de 300 mortos na fronteira entre Iraque e Irã
Já não chegam os permanentes conflitos que acontecem na região, um terremoto deixou mais de 300 mortos e o número de feridos passa de 2.500 na fronteira entre Iraque e Irã. O abalo aconteceu na região das montanhas e atingiu 7,5 na escala que determina a força do fenômeno.
Daí, ficamos pensando que o Brasil tem coisas muito ruins e estamos certos. Aqui não temos terremotos, maremotos, tornados e outras manifestações da natureza que provocam milhares de mortos. Mas temos coisas que repercutem muito na vida de todos. Um desemprego enorme, uma salário mínimo miserável, insegurança total, um péssimo serviço de saúde e um sistema educacional que não prepara ninguém para o futuro.
Não querendo comparar os problemas enfrentados por outras partes do mundo, sou obrigado a dizer que enquanto muitos perdem tudo num dia, os brasileiros passam a vida perdendo tudo durante anos. Lamentável.

Primavera, verão, outono ou inverno?
Está difícil definir em que estação estamos vivendo. Sem exageros, é claro, temos enfrentado uma mudança radical nas temperaturas e já nem conseguimos definir em que estação do anos nos encontramos. Inverno quase não existiu este ano. O verão foi de temperaturas extremas, mas trouxe dias bem agradáveis. O outono passou, como se diz em São Gabriel, “a lo largo” e agente nem sentiu. A primavera vem sendo de calor, chuva, sol e vento. Nem sempre é fácil definir com que roupa sairemos de manhã. O amanhecer é frio, a temperatura sobe no meio do dia e volta a cair quando começa a anoitecer. Daí, meus amigos, é ter saúde e tentar sobreviver com tanta mudança. E os remédios estão custando os olhos da cara!

A violência em Porto Alegre é permanente
Somente no final de semana, tivemos pelo menos 11 assassinatos na Capital. Tiros, facadas, vítimas carbonizadas, tudo como em filmes de banditismo explícito ou, o que é pior, de terror.
Dois ladrões foram mortos pela Brigada Militar
Na sexta-feira, o corpo de um homem foi encontrado no interior de um carro destruído pelo fogo na Rua Espir Rivaldo, no Morro Santana. Já na madrugada de domingo, mais dois corpos estavam no interior de um carro totalmente queimado na Vila Tamanca, no bairro Agronomia. Nenhuma das três vítimas foi identificada.
No confronto e tiroteio entre brigadianos e ladrões de carro, dois mortos foram identificados. Um tinha 22 e outro 16 anos. Tudo aconteceu em plena Avenida Ipiranga, em meio a intenso movimento de carros e pessoas.
Restinga, Belém Velho e Zona Norte foram cenário de mais mortes., o que nos leva a perguntar: em que ponto da cidade temos algum tipo de segurança. Os marginais, os bandidos e a morte estão em qualquer quadra, em qualquer esquina, em qualquer bairro de Porto Alegre. Que triste!