'Lava Jato não
pode fazer o que está fazendo com o Rio'
Em caravana há três dias pelo Espírito Santo e o Rio, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insinuou, na noite desta
quarta-feira, 6, que a Operação Lava Jato teria ajudado a quebrar o Rio de
Janeiro.
"A Lava Jato não pode fazer o que está fazendo com o
Rio. É preciso fazer uma distinção: se um empresário errou, prende o
empresário. Mas não precisa quebrar a empresa, porque quem paga o pato é
o trabalhador, que é inocente”, afirmou o petista. “Por causa de meia dúzia que
eles dizem que roubou, e que ainda não provaram, não podem causar o prejuízo
que estão causando à Petrobras", completou, em um ato em Maricá, cidade
praiana a 60 quilômetros da capital fluminense governada pelo PT.
O evento faz parte da caravana do petista no Rio e no
Espírito Santo. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também esteve presente no
ato, que durou cerca de 25 minutos. O ex-presidente segue no estado do Rio
até sexta-feira, quando passa pela capital. Na quinta-feira, estará na Baixada
Fluminense. É sua terceira caravana em 2017.
"Eu nunca na minha vida vi o Rio tão pobre, infeliz,
quase na falência. O governador não tem 1% de aprovação, o outro governador
está preso, o outro também, a governadora também, o presidente da assembleia
também. A política está em processo de destruição no País e o Rio é a grande
vítima disso", continuou, referindo-se ao governador Luiz Fernando Pezão
(PMDB), aos ex-governadores Sérgio Cabral (PMDB), Anthony Garotinho
(PR) e Rosinha Garotinho (PR) e ao presidente afastado da Alerj Jorge
Picciani (PMDB).
O município de Maricá é governado pelo PT há oito anos. A
filha de Lula Lurian da Silva é dirigente local da legenda e participou do ato.
Durante o dia, a prefeitura mandou arrancar cartazes colados em muros com
dizeres contra o ex-presidente: "Fora de Maricá. Lula ladrão, seu lugar é
na prisão". A segurança foi reforçada pela polícia por conta da
possibilidade de haver protestos contra ele, mas nada aconteceu. A
população de Maricá foi chamada a assistir o comício de Lula por carros de som
que circularam desde segunda-feira pelas ruas. Na prefeitura, os servidores
foram convocados.
Eles chegaram cedo à Praça principal da cidade para
aguardar Lula. Às 17 horas, ainda no horário do expediente, servidores
começaram a encher a praça.
Agência Estado