sexta-feira, 2 de março de 2018

➤BOA NOITE!


Tony Bennett é um cantor norte-americano  que, com 91 anos, tem 70 anos de carreira. Até 2009 tinha atingido a marca de 50 milhões de discos vendidos em todo o mundo. Além de cantar, é um talentoso pintor e expõe seus quadros com o nome de Anthony Bennedetto.


Para lembrar o tempo em que os cantores tinham voz e interpretação diferenciadas, vamos iniciar o final de semana ouvindo Fly Me To The Moon.



➤Lava Jato

Fachin inclui Temer em inquérito


O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira (2) a inclusão do presidente Michel Temer em um inquérito que investiga os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) dentro da Operação Lava Jato.

Na mesma decisão, o ministro deu 60 dias para a Polícia Federal concluir as investigações. O prazo poderá ser estendido se houver novo pedido de prorrogação.

Procurado, o Palácio do Planalto informou que não irá comentar.

O inquérito, aberto em março do ano passado com base na delação de executivos da Odebrecht, busca indícios de pagamento de propina pela empreiteira na Secretaria de Aviação Civil, que já foi comandada por Padilha e Moreira Franco entre 2013 e 2015.

Nesta semana, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a inclusão de Temer na investigação a partir do relato do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho.

Em depoimento, ele disse que Temer participou de jantar, ocorrido em maio de 2014, no qual teria sido discutida a divisão de valores destinados ao PMDB.

Ao narrar a suposta destinação da propina, Dodge citou a afirmação do ex-diretor da Odebrecht que afirmou que "Eliseu Padilha seria encarregado de entabular tratativas com agentes privados e decentralizar as arrecadações financeiras da Odebrecht; que ele teria deixado claro que falava em nome do vice-presidente [à época, Michel Temer] e que utilizaria o peso político dele para obter êxito em suas solicitações".

Agência Globo


➤Aeroporto Salgado Filho

Obras de expansão começam  dia 22

Foto: Divulgação/Reprodução
Está marcada para o dia 22 de março, às 10 horas, a cerimônia de lançamento da obra de expansão do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. O anúncio foi feito pela Fraport, empresa alemã que adquiriu a concessão do aeroporto.

Serão realizados melhoramentos como expansão do Terminal 1, extensão da pista de pouso e decolagem, no sistema de drenagem e adequação das vias de taxiamento.

O investimento previsto para esta primeira fase de melhorias, é de R$ 1,5 bilhão, valor correspondente a contratação do consórcio, compra de equipamentos, desenvolvimento e gestão do projeto.

- Nossa meta é criar um portal aeroportuário moderno, eficiente e focado no cliente. Nossa equipe está trabalhando para oferecer o mais alto nível de qualidade em serviços, operação e segurança – afirmou Andrea Pai, CEO da Fraport, em comunicado da empresa.

As licenças ambientais, conforme a empresa, já foram emitidas e a estimativa é que até 700 trabalhadores sejam contratados para execução desta primeira fase de serviços.

A conclusão das obras de expansão do Terminal 1 está prevista para outubro de 2019 e a extensão da pista, que permitirá o recebimento de aviões de maior parte, para 2021.

➤OPINIÃO

Raquel e Fernando*

Eliane Cantanhêde


Ao mesmo tempo, num movimento que parecia combinado, o presidente Michel Temer nomeou o delegado Fernando Segovia para a diretoria-geral da Polícia Federal e escolheu a procuradora Raquel Dodge para a Procuradoria-Geral da República. E ficou todo mundo de olho nos dois.

Segovia e Dodge, por motivos bem diferentes, sofriam fortes resistências de seus antecessores – Leandro Daiello, na PF, e Rodrigo Janot, na PGR – e suportaram críticas, cochichos e fofocas no sentido de que tinham como compromisso abafar a Lava Jato, preservando principalmente Temer e sua turma. 

Segovia, o Breve, que nem era o preferido de Daiello, da corporação e do próprio chefe, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, deu com os burros n’água. Dodge, ao contrário, vem demonstrando firmeza, independência e profissionalismo. Se recebe críticas, é pelo corporativismo.

Em menos de seis meses, e tendo de lidar com erros do antecessor, Dodge vem fazendo tudo o que tem de fazer, sem pressa, sem histeria, sem perseguir nem passar a mão na cabeça de ninguém – nem de Temer. Ao mesmo tempo que anulou as delações premiadas de Joesley e Wesley Batista, os grandes troféus de Janot e fontes das maiores amarguras de Temer, Dodge também não dá sossego ao presidente.

Foi a PGR quem pediu ao Supremo o veto a parte do indulto de Natal concedido por Temer e acusado de ser o mais benevolente com criminosos em décadas. Também foi ela quem garantiu o depoimento de Temer no caso Rodrimar, do Porto de Santos, e acaba de incluí-lo na investigação de denúncias de acertos de propina da Odebrecht para o PMDB no palácio do Jaburu.

Com um detalhe: ao fazê-lo, Dodge mudou o entendimento de que presidentes não podem ser investigados por atos cometidos antes do mandato. Alegou que eles não podem ser processados, mas têm de ser investigados para que não se percam provas e dados decisivos. E, para quem imaginava, ou temia, que ela seria um braço de Gilmar Mendes na Procuradoria (que ele, aliás, já ocupou), as sinalizações são em sentido contrário.

Dodge, por exemplo, recorreu da insistente mania do amigo de tirar da cadeia o empresário Jacob Barata, envolvido até a alma na era trágica de Sérgio Cabral. Assim como ela também foi ao STF para anular a decisão da Assembleia Legislativa do Estado de mandar soltar seu presidente, Jorge Picciani, e seus comparsas.

De outro lado, ela é publicamente contra a revisão da prisão após condenação em segunda instância, foco e esperança do ex-presidente Lula. Aliás, ela também é contra o foro privilegiado tal como está, mas recorreu contra a decisão do ministro Luís Roberto Barroso de enviar para a primeira instância casos de deputados como Beto Mansur. Afinal, o foro ainda está de pé. A ressalva a Dodge é defender auxílio-moradia a esta altura.

E Fernando Segovia? Ele não era diretor ou superintendente da PF, era só mais um na Corregedoria. Nomeado por políticos, ficou cercado de adversários na corporação. Não caiu por causa deles, porém, mas por ele mesmo. Chegou menosprezando a mala de R$ 500 mil do assessor Rocha Loures e saiu prevendo que as investigações contra Temer não dariam em nada. No meio tempo, Segovia passava por cima do ministro e falava diretamente com o presidente, frequentava festas políticas e criou um prato feito para vazamentos: a divulgação do número dos processos em remanejamentos de pessoal.

Na reta final do governo, e sem contar o fim da recessão e as boas perspectivas econômicas, o destaque é Raul Jungmann no Ministério da Segurança Pública e a dupla Dodge, na PGR, e Rogério Galloro, na PF. O combate ao crime organizado é para valer e o combate à corrupção não vai parar. Quem tem rabo preso que se cuide.

*Publicado no portal do jornal Estadão em 02/03/2018